"(...) Esparramados no mundo
Molhamos o mundo com delícias
As nossas peles retintas de notícias(...) (C.Buarque)"
Antes de dormir o pedido:
Pro dia nascer em aquarela.
Mas foi a flor amarela
A primeira imagem a me aguçar o sentido.
Cor que clareou o meu quarto
Aqui, esse canto esquecido
Que guarda meu choro escondido
Que faz profundo o canto do olho.
Ora finjo, ora sou
Às vezes digo que não estou
Finco o pé ou parto
Faço pedaços do que me é inteiro.
Foi a flor amarela que me fez lembrar
Que eu posso até nos enganar
Desfazer, inverter os ponteiros,
Mas independente daquilo que já se esqueceu
Ainda é a lembrança do teu sorriso
A chave do meu.
Imagem: arquivo pessoal
"Que papel faz um sorriso entre o aqui e o paraíso?" (Alice Ruiz)