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quarta-feira, 21 de novembro de 2007




Fiquei tão pequena que não caibo mais em lugar nenhum.
Grão num mundo inteiro, apertado
Aquadradado
Cheio de ângulos, onde não encaixam
As curvas do meu eterno vai e vem...

Não caibo na noite pequena,
Algoz do meu sono pesado.
Minha casa grande
É mundo demais e espaço de menos
Pro meu desejo individual
Para a minha necessidade livre que me escapa entrelinhas
Entreolhos
Entreditos...

As idéias se chocam, esbarram
Na falta de lugar da minha cabeça.
Não cabem tantas vontades nas minhas gavetas
A palavra pequena não abrange o significado maior
E cala.
E os sonhos de hoje, feito carbono,
Preparam apenas a página seguinte.

Fui compactada
Apertada, pressionada:
Entende daqui,
Cede dali,
Concede de lá
Adapta mais adiante.

Tão minúscula fiquei
Que o universo não me comporta mais.

6 comentários:

Henrique Moreira disse...

Excelente.
Gostaria de comentar estas palavras, mas penso que seja o que for que saia, será sempre uma mancha neste poema.
Por isso, deixa que me erga e te aplauda de pé; sem palavras, só admiração e entusiasmo.

Juliana Lobo disse...

o que fazer além de fazer das palavras de henrique as minhas?

- ando também tão pequena que o universo não tem mais espaço pra mim.

nossas "pequenitudes" que aumenta a cada dia...

Anônimo disse...

O efeito aqui foi invertido: as palavras falaram em ti como alguém minúscula, mas as emoções te fizeram gigantesca, menina.

BeijUivoooooooooooosssssss da Loba

Anônimo disse...

Um poema instigante.


Dramaticamente perfeito!


Abraços, flores, estrelas..

Thome de Oliveira disse...

Lindo! Claustrofóbico comoo próprio corpo.
Parabéns, menina!

Carol Freitas disse...

Mas o seu maiúsculo, é de um tamanho admirável, Moni..