Ontem mesmo me procurei. Na sala, no computador e até debaixo da cama. Mas não estava. A mochila estava no armário, sinal de que não tinha levado bagagem, mas no ar pairava um bom perfume, cheiro fresco pós-banho de quem sai de mudança. É, eu fui.
Tô num lugar de não muito fácil acesso, mas também não espero visitas, não. Mas é bem bonito. Fica entre um sorriso doce e um olhar que pede. Há pouco espaço, nem sempre confortável, mas se a decisão for de ficar, abro uma parede aqui, derrubo uma distância ali, um pouco de desejo embutido, pra caber mais... Por enquanto mal me cabe, às vezes nem cabe e a porta não abre. Mas especulo, invisto, o mercado ensinou assim.
O preço? É alto. Às vezes penso que não vou poder pagar e não me resta quase nada.
À noite é um tanto frio, mas eu tenho papel e caneta aqui. E eu projeto os sonhos, desenho lua e sol e vou pregando na parede de onde tirei o velho calendário, criando a agradável confusão de não saber o que é dia nem noite, sem a noção do tempo que poderia me preocupar.
Mantenho uma única vela acesa o tempo inteiro a clarear o caminho. Uma hora eu posso precisar voltar...
Imagem capturada do bloguinhobasico.blogspot.com
4 comentários:
esses lugarzinhos sao otimos, bom qdo o achamos confortaveis e revitalizantes. eu to precisando muito me mudar pra um desses, muito mesmo. beijos
(e os versos são todos rasgados)
=*
mudança é sempre mudança! E lugares diferentes sempre são estranhos e pouco aconchegantes!! falta o cheirinho peculiar, a luminosidade perfeita... Mas mudança pode ser bom, é só querer! No começo complica, implica, mas depois melhora e a gente nunca amis quer sair
..."Paracaetaneando:
(...) Vocês não estão entendendo nada do que eu digo (...)
rsrsrs
e eu que "quero ir embora, quero dar o fora.."?
sono, mto sono.
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