Se saudade é abstrata,
Palavra inexata,
Essa eu desconheço.
Pois a saudade da qual padeço
Tem corpo, tem peso
Tem gosto de sal.
Ora sintagma coeso,
Ora texto de chanchada nacional.
Conjunção dos sentidos, sobrenome
Que a meus predicados consome.
Saudade minha, exclusiva,
E ainda assim, plural.
E a tua saudade imprecisa
Mora em que tempo verbal?
* Poema publicado na III Coletânea Novitas - Palavração
Imagem retirada daqui.
26 comentários:
Genial!!! :D
Saudade é uma espécie de companheira constante e quando ela se aloja em nós só mesmo a presença para nos acalmar!
Um abraço carinhoso
Realmente de abstrata a saudade não tem nada.
"Minha saudade, quando conjugada,
é "transitiva direta", repleta e precisa..."
Que arraso Moni!
Sua saudade transforma o abstrato em concreto, o singular em plural, tem nome e sobrenome...é verbo na primeiríssima conjugação da sensibilidade poética. Talento com sal, com gosto do querer sempre mais...
Bjos!:)
minha saudade me consome, me declara. fica estampada no rosto, sentimento sem alívio, que acompanha, não para.
Rs adorei seu poema!
beeeijos
taaci
saudade mora no passado, e no presente...
=D
Para você escutar e pensar...
http://www.youtube.com/watch?v=27WHNX_kBXU
bj de dodói rs
Olá, Monica.
Lindo texto. Gostei muito do uso dos termos estruturais da língua. Escrevi algo parecido que ainda não entrou no meu blog. Curioso, espírito da época esta reflexão sobre a linguagem? Seja o que for, seu texto é muito bem construído. Parabéns.
Abraços!
Sensacional, adorei!
Saudade plural, a mais particular. Acima de todos os tempos verbais, com certeza.
Abraços, guria!
minhas saudades são sempre tantas - em número, tamanho, tempo e transitividades...
beijo, sua poeta-lindeza!
Gosto muito da sua poesia apaixonada, intensa. E mesmo assim, com esses predicados pessoais,você escreve no universal. Aquele lance; a gente lê com a sensação de ter escrito ou vivido. Rio de prazer com seus poemas. Você é forte. Poesia da boa, sabe cumé?
( Arrasou de novo !!! kkkkkkk)
Beijo grande!
Amei isso!!!!!
Saudade minha, exclusiva,
E ainda assim, plural.
E a tua saudade imprecisa
Mora em que tempo verbal?
adorei!!!!!
Muito mais que a rima
Bem mais ali do que me traz
Saudades é coisa que aqui
A gente aprende ou refaz !
Adoroooooooooooooooo !!!!
Beijo Gigante - é muito bom vim ler-te.
Olá, moça! Tenho me encantado com seus textos.
Aproveito para te fazer um convite:
Todas as sextas-feiras (7h às 7:20) temos o Café com Poesia lá no Agnus.
Professores e alunos compartilham seus textos e/ou declamam textos de outros autores. Se puder aparecer, dá uma ligadinha. (8631-9959 / 3491-2746)
Beijos!
encontrei com Melquíades ontem! Está lindo, rejuvenescido, a barba branca maior do que nunca, amarrada com um pequeno cinto de couro na ponta, e uma flores ficam presas.
(uma amiga minha vai me dar de presente hoje "Viver para contar".. coincidências!!!!!!!!!)
bjones!
Querida amiga
Acho que as vezes
a saudade
é o nosso
próprio tempo
de existência...
Vida plena em teus dias.
Dá pra mim?
=/
Coisa linda que tá teu blog Bond's! Havia tempos que não vinha por aqui...
E você se superando na qualidade dos poemas...esse é mais um perfeito!
gostei muito de ver a saudade tomando forma.
o tempo da saudade é o futuro do pretérito (ou o passado imperfeito?) ;)
bjo!
"E a tua saudade imprecisa
Mora em que tempo verbal?"
Minha saudade é como a brisa:
mansa e atemporal.
AMEI o poema, Moni!
Digno de releituras...
Um beijo,
Rê
publicar é teu caminho, coisa mah linda!
fazia tempo que eu não vinha a este espaço. QUE DELÍCIA!
beijão.
Passando p deicar um beijo !!!
Ô Moni,há de existir uma saudade só, que passeia por todos os tempos verbais?
Acho que a minha é assim. =/
Nossa! Toda vez q passo aki é esse tiro no peito na poesia mais q bela!!!!
Lindo, Moni, lindo...
Saudade...
"Saudade é,
em mim,
um verbo (!)
de ligação
no infinit(iv)o."
Mas hoje saudei a saudade que ainda resta e roguei-lhe que me deixasse em paz - ou pelo menos que reste sem doer.
Beijo, querideza-ídola!
Tá.
Fantástico!
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