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segunda-feira, 8 de março de 2010

Temporada


Não é que não haja mais verso
Nem tampouco acabou a rima
Mas essa coisa de sonhar vicia:
Inquieta a noite,
Me ocupa o dia
Que se já era disperso
Quando um pouco eu tinha
Avalia, agora
Que a ausência domina.
Eu sei, eu sei
Essa história é mais minha
E de uns atos pra cá
Resolvi contracenar
Com um fantasma que eu criei
Monólogo líquido
Roteiro ríspido
E é a hora de escrever o desfecho -
- o que não parece fácil
Pôr um fim, onde nem vejo começo
De repente, só durou um segundo
Que mais pareceu todo o tempo do mundo
E tenho agora à mão
Uma caneta, uma obrigação
De uma tarefa desigual:
Escrever o tal ponto final
Fim da estrada de mão-dupla
Há muito cortada por interdição
Mas que ficou uma via
A atravessar o tempo
O caminho, a vastidão.
E falta pouco, é só mudar a estação.
Será minha estréia, esse dia:
No inverno a chover,
Muita água a cair,
Todas as coisas molhar
E sem que ninguém faça idéia
As últimas lágrimas escorrer
Com a chuva, fazer confundir
E até a mim enganar.

Aqui jaz.
Essa história sai, enfim, de cartaz.



Imagem googleada.

Até a próxima temporada...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Agenda

 
Houve um tempo em que a felicidade se escondia, matreira, nos fins de semana. 
E eu sugava os dias com a pressa de quem está prestes a perder a hora do vôo.
Houve também quando o final de semana era um abismo entre dois sorrisos e nele, nenhum motivo para voar. 
Na segunda, eu era a primeira!

Hoje eu nem sei mais.
Hoje, tanto faz.

Imagem do site www.coxanautas.com.br