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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Não sei de onde tirei a idéia de conjugar esse tal verbo adolescer. É tudo tão remoto, que eu nem tinha me dado conta que existia. Não há espinhas no rosto, mas há uma pressa, uma ansiedade como se a vida me soprasse ao ouvido que tudo termina amanhã.

E não termina. Amanhã adolesço de novo, desço solenemente cada um dos degraus que me fizeram chegar mais alto, que me colocaram numa posição onde eu daria as cartas, eu escolheria as regras, eu começava o jogo. E decidiria também quando parar, no melhor estilo “o jogo é meu”.

Mas feito ordem, desci do salto, calcei rasteiras e percebo que com elas posso correr com mais facilidade. Mas não era preciso correr!

E nessa pressa infinda perco horas parada, esperando a próxima carta. Minha palidez revela que eu não tenho nenhum jogo armado e não sei até quando sobreviverei dos meus bons blefes. O relógio anda pra trás, mas já vejo o inevitável momento da batida.

Nesse revés de tempo, vou perdendo a esperteza de jogadora e me vestindo de fantasia adolescente, de ingenuidade infantil.

Sou minha maior adversária.

Imagem capturada do blog http://vanluchi.blogspot.com/



3 comentários:

nina rizzi disse...

mantenho a ansiedade andolescente. mas um vislumbre estranho de velhice...

good-great, moni :)

nina rizzi disse...

mantenho a ansiedade andolescente. mas um vislumbre estranho de velhice...

good-great, moni :)

Bebel disse...

Lindume,
Sinceramente acho que jamais podemos perder esse verbo de vista, pois por mais ansiedade que nos traga, vem junto também uma brisa suave e delicada, que nos faz acreditar que podemos tudo, e podemos SIM... ainda mais pra quem só conjulgava o verbo 'adultescer.
Traga de volta pro teu vocabulário, esse verbo que você mantinha esquecido, deixe que venha com força total pra te encher de ânimo, alegria, leveza... não tenha medo não e se permita adolescer sempre!