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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Entrelinhas



Sabe aquele não?

Eu escrevi com lápis-de-olho
Preto, forte

Pra marcar o olhar

E a hora de te esperar


Aquela minha recusa

Aquele jeito de dizer,

Era pra que não me desses tempo

Pra eu tentar me proteger

Era maquiagem

Era eu, dublê de mim.

Sabe aquele não?
Era o modo disfarçado, envergonhado
De dizer apenas sim.



(tarde perceber, enfim...)


Imagem - cena do filme "Nome Próprio"

13 comentários:

Tiago Moralles disse...

Maquiagem da vida.
Trapaças cotidianas.
Um não que queria ser sim.
Quando um não é não, são três deles.
Aí sim é não.

~*Rebeca*~ disse...

E assim vamos enganando a dor com o nosso outro eu.

Espero não perder contato, viu?

Beijo grande, menina linda.

Rebeca

-

Mara faturi disse...

Oi linda,

"Dizer não, é dizer sim"...coisas da vida que ora tem, ora não tem poesia...
saudades de vc e suas visitas;0)
adoro ocê e seu "cantinho",
bjinhos azuis * ) * ) *)
** ( nossas florzinhas viraram nossa "marca", ehehe)

Anônimo disse...

Putz!
De frente pro gol e não marcou?

Paulo Rogério disse...

Que ritmo mais gostoso!
Bjos, Moni!

Renata de Aragão Lopes disse...

QUE LINDO, MONI!

Um não mentiroso
escrito com lápis-de-olho!

AMEI!

Um beijo,
doce de lira

gloria disse...

Sem palavras. Isso é raro em mim. Falo pelos cotovelos. Sou cordilheira de curso ligeiro. Acho, que flutuamos num campo muito próximo de linguagem e sentimentos.aqui, me reconheço.

Essas entrelinhas "marcadas" são sinais que demandam tradução; o inequívoco temor diante do despenhadeiro.

"Era maquiagem
Era eu, dublê de mim."

Essas tantas dobras que nos habitam e nos conduzem para o lugar ermo dos desejos em correnteza.

bjs moça

Wilson Torres Nanini disse...

Seu eu no poema não é nunca dissimulação, embora tente ser. É um entrega de si, cai na cilada de ser o que é mesmo à beira da proibida revelação. Adorei!!!

Moni Saraiva disse...

Vou tentar imitar o gesto que acho extremamente educado da Renata, do Marcelo, de responder os comentários...

É assim, Tiago, vida maqueada, embora quase-nua e desenhada, esperando a óbvia tradução...

Rebeca e Jota Cê, às vezes precisamos ser outros, né? Feito poeta fingidor, “fingindo que é dor a dor que deveras sente”. Não perderemos contato! Obrigada pelo selo, vou pegar!

Mara, afilhadinha... (* (*
Flores sempre pra nós! Um sim, travestido de não, merece ser des-res-pei-ta-do, não acha? Beijos pra ti, guria!

Anônimo...rs... E olha que o jogo é de campeonato, hein???rs

Paulo Rogério! Que bom você aqui! Bem-vindo! E que bom que gostou do ritmo... Beijos!

! Pois é...com lápis-de-olho, fácil de apagar... beijos!

Glória... Que comentário lindo... Deixá-la sem palavras me deixa sem palavras...rsrsrs
Às vezes me dou o direito de não querer traduzir o óbvio... Como no Infinito Particular: (...) Não é impossível, eu não sou difícil de ler (...) Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim(...). Beijos, querida!

Wilson! Muito bem-vindo!
Impressionante a tua tradução, o entendimento da falsa-máscara e dos riscos.
Muito obrigada, apareça sempre!

Marcelo Novaes disse...

Hummm...




Jeito oblíquo-feminino de (não-)dizer as coisas...






Beijos,








Marcelo.

Moni Saraiva disse...

Marcelo...

Jeito reto masculino de querer as coisas...rsrsrs

Beijos!

Flá Perez (BláBlá) disse...

COLEI ATÉ NO MEU FACEBOOK!

BJBJBJ

Kelly Marinho disse...

Esse "não" maquiado do nosso cotiadiano! Só vc para expressar com tanta ternura e delicadeza.
Beijo,moça!