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sexta-feira, 9 de outubro de 2009



Um passo à frente

E tantas milhas atrás
Pode ser, de repente,
Me alimenta esse gosto de cais

Esse estado,
Ancorado

E atento
A esperar outro vento

Outra aventura, o momento

Do retorno ao mar

De águas claras, o alento.
Metades, só para compor o par

E em braços calmos

Inteiramente amar.

Imagem capturada do blog: www.blogsparceiros.ning.com

6 comentários:

Wilson Torres Nanini disse...

Seu poema é como atravessar um abismo em uma ponte de pétalas. De um lado o pomar, de outro o penhasco. Abraços!

Eduardo Matzembacher Frizzo disse...

Lembrou-me Pessoa e sua Ode Marítima. Na idéia mais que na forma, já que a Ode do Pessoa é uma peça futurista das mais plenas. Fato é que ancorar é mais questão de idéia que de realidade. No cravo das mãos do pensar até podemos agarrar pedras. Mas na carne do nosso agir, as pedras inexistem porque o corpo sempre é novo dia após dia. Problema é que queremos racionalizar tudo. Problema é que alguns ainda tentam se livrar da hitória a pretexto de que ela contamina o pensar. Isso é fascismo. Talvez por conta disso, aliás, digo, do meu excessivo racionalismo atual, que estou dando um tempo para as postagens do blog. Estava caindo na vala comum. E cair na vala comum é o mesmo que desistir da arte quando se tem consciência de que a criação é a coisa mais importante da vida. Mas uma coisa me é certa: o vento de fora é o mesmo que o de dentro. Do contrário não teríamos que tomar um rumo ou esperar os braços do amar. Nossa finitude é que nos faz história. E nossa história é que nos faz criar. Um beijo, Eduardo. P.S.: dê uma olhada no blog SARAPATEL PSICODÉLICO que está linkado no meu blog; o último texto do autor, que é meu amigo, intitulado "O Tempo da Vertigem", é genial.

Tiago Moralles disse...

E por fim, cais.

Renata de Aragão Lopes disse...

Lindíssimo, Moni!

Ancorada,
à espera de um vento.
Metade,
ao aguardo da outra
para compor o par.

Só faltou um título!
E merecia! : )

Beijo,
doce de lira

Paulo Rogério disse...

"Um passo à frente
E tantas milhas atrás"
O passo decisivo é quase imperceptível dentro de um todo. No seu poema, vem sem alarde, com gosto de cais, estudado. Só você sabe quando, onde e o porquê da mudança...
Beijo!

Moni Saraiva disse...

Que a queda seja pro lado mais confortável, Wilson!

***

Eduardo... a racionalidade persegue mesmo, a vontade de que seja tudo justo. Talvez boa parte da história se perca por aí... Espero que voc~e volte logo e lerei sim, a sua indicação. Obrigada!

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Isso, Tiago... Sempre um ciclo...

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Rê, tu não imagina o problema que tenho com títulos...rs... Quase nunca consigo, pode olhar! rsrs
Beijos!

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É verdade, paulo. Está sempre em nossas mãos. Inclusive as vendas que decidimos usar...rs
Beijos!